Jejum intermitente: o que é e como fazer?
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Jejum intermitente. Você já deve ter lido ou ouvido falar essas palavras em algum lugar, especialmente se tem o interesse de emagrecer. Entre os seres humanos, sempre houve a prática do jejum, tanto por vontade própria quanto pela falta de alimento. Estamos falando de algo milenar que vem sendo exercitado por inúmeras civilizações, culturas e religiões ao longo da história. Isso porque o corpo humano é moldado para passar longos períodos em privação de alimentos.

Mas, afinal, o que é o jejum intermitente? Ele consiste em alternar períodos de jejum com períodos de alimentação. Mas não pense que é só ficar sem comer por um tempo e depois comer o que quiser, não. Essa técnica, que tem sido utilizada e estudada por muitos, tem um método bem específico para funcionar.

A prática do jejum intermitente é indicada para todos que têm uma rotina de alimentação saudável e já tentaram as estratégias tradicionais de emagrecimento, mas não obtiveram o resultado desejado. Caso contrário, antes de começar a praticar o jejum intermitente, deve-se reeducar seus hábitos alimentares.

Para esse método, a dieta ideal é baseada em verduras, legumes, carnes e ovos. Diminuir a quantidade de carboidratos ajuda a ter melhores resultados e, se necessário, aumentar a quantidade de gorduras boas. No consumo de líquidos, os chás que aceleram o metabolismo podem ser uma ótima opção para ter resultados mais rápidos.

Normalmente, o jejum é realizado em dias alternados, por um determinado período, podendo variar entre 8 e 24 horas de restrição alimentar. O tempo de jejum tem variação de acordo com o que é bom para cada organismo.

Os três sistemas de restrição mais comuns são de 16/8, no qual a pessoa se alimenta duas vezes ao dia em um intervalo de 8 horas, totalizando 16 horas de jejum; de 24 horas, no qual em uma ou duas vezes por semana o indivíduo fica todo esse período sem comer; e o de 5/2, no qual, em dois dias não consecutivos na semana, o indivíduo consome somente de 500 a 600 calorias e nos outros dias mantém a alimentação normal.

Mas será que esse método é realmente bom para a saúde? Para te ajudar a tirar essa dúvida, resolvemos apontar alguns dos benefícios que o jejum intermitente pode trazer.

Queima de gordura

Nosso organismo é projetado para reter gordura caso algum dia precise tirar energia de algum lugar. É especialmente essa gordura que é utilizada durante o jejum. Como o indivíduo está gastando calorias, mas não está repondo, essa gordura acumulada se torna o combustível para o corpo, ou seja, ao invés de queimar calorias que estão sendo consumidas, queimamos as gorduras armazenadas.

Aumento da sensibilidade à insulina

Sem alimentação balanceada e jejum, podemos acumular glicose em tecidos que não foram construídos para armazenar esse tipo de gordura, o que resulta em uma certa rejeição à insulina. Ou seja, nosso corpo perde a sensibilidade e, assim, fica mais propenso a doenças como a diabetes tipo 2.

Já durante o jejum, o corpo diminui a produção de glicose. Dessa maneira, ocorre um aumento da sensibilidade à insulina, pois esse excesso de gordura é utilizado, fazendo com que o organismo trabalhe a insulina de maneira mais eficiente.

Maior concentração do hormônio do crescimento (HGH)

O hormônio do crescimento traz vários benefícios para a saúde, como o aumento de massa muscular, e auxilia na queima de gordura. Foi comprovado que após 3 dias de jejum intermitente a produção do hormônio HGH aumenta em 300%.

Como isso acontece? Ao diminuir a gordura corporal, há uma diminuição na tensão dos rins, o que reduz a pressão arterial e aumenta a produção do hormônio no corpo humano.

Prevenção de doenças cardiovasculares

O jejum ajuda a reduzir o colesterol LDL e os triglicerídeos. Durante o jejum, o indivíduo não ingere alimentos que possam aumentar esses hormônios, dessa forma, as probabilidades de doenças no coração diminuem consideravelmente.

Estímulo da função cerebral

Segundo um estudo da Society for Neuroscience realizado em 2015, a prática do jejum intermitente auxilia na saúde do cérebro. O método o estimula de várias maneiras diferentes, como ao promover o crescimento de neurônios e ajudar na reabilitação após um acidente vascular cerebral.

O jejum intermitente não só ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e Parkinson, como também pode melhorar as funções cognitivas na qualidade de vida de pessoas com essas doenças.

Reparos celulares

Em 2016, o vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, Yoshinori Ohsumi, tratou de questões importantes para o jejum intermitente. Em seu estudo, o pesquisador fez descobertas significativas sobre os métodos de reparo ou autofagia celular.

Autofagia celular é o nome dado à ação das células de nosso corpo ao se alimentarem de proteínas velhas dentro delas, o que é uma atividade saudável. Quando há pouca ação de autofagia, ocorre um acúmulo de componentes danificados, relacionado à morte de células e ao desenvolvimento de doenças.

Ohsumi também descobriu que a autofagia acontece principalmente quando a célula está em situação de estresse, como quando a pessoa fuma um cigarro ou deixa de se alimentar. Ao realizar o jejum, por exemplo, as células passam a comer essas partes internas, retirando tudo que tem de ruim.

Simplicidade e praticidade

Se você está com vontade de começar esse método, mas não sabe como, há algumas dicas simples que podem te ajudar: comece aos poucos, faça restrições menores que contemplem o período da noite também; beba bastante líquido: água, chás e bebidas sem calorias são liberados até mesmo durante o jejum, e estar sempre hidratado auxilia na perda de peso; se organize, mantenha uma rotina e tenha um plano alimentar que seja de acordo com suas metas.

Trocas saudáveis também são sempre uma boa ideia. Para isso, substitua pães, massas e arroz pelas suas versões integrais. Tente diminuir o consumo de carboidratos em suas refeições. Uma alimentação balanceada com mais saladas, legumes e proteínas é saudável e sustenta mais. E lembre-se: consulte sempre um profissional antes de começar qualquer estratégia que vise o emagrecimento.

Agora que já conhece um pouco mais sobre o jejum intermitente, acha que pode funcionar para você? Pretende colocar em prática? Aproveita e compartilha nas redes sociais, seus amigos podem se animar a fazer também.

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